São tempos sombrios para os jornalistas
2020 é ano de eleições municipais em todo Brasil. Após quatro anos, os eleitores irão às urnas para escolher prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. O primeiro turno das eleições estava previsto no calendário para o dia 4 de outubro. Porém, com a pandemia muita coisa mudou, e no cenário político não foi diferente. De acordo com o Ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),que agora tem a missão de chefiar as próximas eleições municipais, relatou que existe sim uma possibilidade das eleições serem adiadas, porém, descartou a possibilidade do pleito ser realizada junto com as eleições gerais.
“As eleições somente devem ser adiadas se não for possível realizá-las sem risco para a saúde pública; em caso de adiamento, ele deverá ser pelo prazo mínimo inevitável”, declarou Barroso
Se for necessário uma mudança, a nova data deverá ocorrer em dezembro. Enquanto não ocorre uma decisão final sobre o adiamento das datas de votação, ou mesmo prorrogação de mandatos, as providências para a eleição prosseguem normalmente, de acordo com o calendário aprovado pela Justiça Eleitoral. É o que informa a chefe do Cartório da 93ª. Zona Eleitoral de Piracicaba, Carolina Giangiacomo Rabelo. Ela ressalta, entretanto, que a Justiça está avaliando os impactos da pandemia para decidir se haverá necessidade de mudanças.
“O TSE está avaliando os impactos da pandemia no cronograma eleitoral, não descartando as possibilidades de adiamento do pleito, ante a imprevisibilidade da duração da crise provocada pelo Covid-19”, diz Carolina
Fabio Dionísio, o diretor de assuntos legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba explicou que durante esse período de pandemia foi criado um grupo de trabalho para poder fiscalizar se os candidatos se filiaram aos seus respectivos partidos até o mês de abril, data final para que todos possam ficar elegíveis para a eleição do dia 4 de outubro.
Fábio relatou que foi positivo o resultado encontrado pelos pesquisadores, mas alertou que tudo tem que estar normalizado no país no máximo até junho: “A justiça eleitoral trabalha com alguns prazos nesse ano de candidatura. E diante da pandemia, o tribunal criou um grupo de trabalho em Brasília para observar o comprimento do calendário eleitoral. No mês de abril, 6 meses antes da eleição todos os candidatos tinham que estar filiado a um partido político. E nesse grupo de trabalho identificou que não teve problemas Brasil a fora, não teve prejuízo nenhum no calendário, porem já determinou que as coisas voltem a normalidade no início de junho, ou pelo menos sinalize uma normalidade, para que não se altere a legislação com adiamento das eleições, revelou.
Para o diretor, o grande problema no momento é fazer um treinamento para as pessoas que irão trabalhar na eleição municipal, como por exemplo, mesários, professores, diretores e agentes escolares. Dionísio ressalta que todos devem ser bem treinados para nada de errado ocorra durante o pleito. “Onde ocorrem as sessões eleitorais geralmente são escolas públicas, particulares, colégios dos municípios e tem muita gente envolvida, tem selador, professor, diretor, pra dar o suporte das atividades e tudo isso é preocupação da justiça porque esse pessoal tem que ser treinado” declarou.
Por fim, Fábio Dionísio também se mostrou preocupação com a principal ferramenta das eleições: a urna eletrônica.
“As urnas eletrônicas elas trabalham com uma memória que tem que ser carregada, pois tem as informações dos candidatos que podem receber votos, essas urnas trabalham com bateria pra não depender só de energia, e essas baterias precisam ser carregadas também, então é uma série de fatores que a justiça está atenta. De qualquer forma o tribunal já manifestou que não tem a necessidade de que se prorrogue os mandatos do município do brasil, eles tem que ser concluídos agora em 31 de dezembro”, concluiu, Fabio Dionísio – diretor de assuntos legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
Urna eletrônica Foto: Rodrigo Galvani/Stok
Caso as eleições em Piracicaba sejam mantidas, a disputa deverá ser voto a voto. O TSE registrou 11 pré candidatos disputando a prefeitura de Piracicaba, o maior número de candidatos a prefeitos que a cidade já registrou em toda sua história.
O partido tucano está comandando a população piracicabana, ao todo o atual prefeito já esteve a frente do poder em três oportunidades e Gabriel Ferrato os outros quatro anos.O que joga contra aos novos postulantes aos cargos de Prefeito, Vice Prefeito e Vereadores(as) é que eles não estão podendo compartilhar seu projetos e fazer campanha política em torno da cidade devido à pandemia do Corona vírus. Mesmo com o apoio das redes sociais, que vem ganhando cada dia mais engajamento da sociedade, é preciso que a pessoa faça um comício ou apresente suas ideias ao leitor frente a frente, pois trata-se de confiança e muitos estarão competindo por um voto.
Foto de Kat Jayme no Pexels
Em contato com os pré-candidatos ao cargo de prefeito da cidade
Confira a avaliação dos pré-candidatos a prefeito de Piracicaba sobre os efeitos da pandemia na disputa deste ano:
Barjas Negri (PSDB):
“Ainda não há uma posição consolidada a respeito do pleito de outubro próximo, até porque a pandemia alterou expressivamente a dinâmica social e, na política não foi diferente. O que se percebe é que a mesma prática condenável das fake news, que caracterizaram as últimas eleições, está novamente em vigor e, sob o pretexto da Covid-19, muitos pré-candidatos apropriam-se da fragilidade das cidades e dos Estados, para fazer críticas levianas, com o objetivo de deteriorar a imagem do agente público e, obviamente, ganhar notoriedade e alguns “likes” nas redes sociais. O que vemos é um enorme empenho dos prefeitos e prefeitas para assegurar a saúde da população das suas cidades, porque a vida dessas pessoas, nesse momento, é absolutamente mais valiosa que qualquer campanha eleitoral”.
Barjas Negri. Foto: Claudinho Coradini
Luciano Almeida.
Foto: divulgação assessoria
Luciano Almeida (DEM):
“Para os novos postulantes aos cargos de Prefeito, Vice Prefeito e Vereadores(as), tem sido complicado a exigência do confinamento pois dificulta a possiblidade de organizar encontros pessoais para compartilhar ideias, apresentar os candidatos(as), e conhecer os anseios da sociedade para melhorar a cidade. E mesmo com o advento das Mídias Sociais, esta dificuldade ocorre pois a eleição municipal é muito personalista. As pessoas querem te conhecer, tocar, abraçar. Este é o nosso espirito brasileiro. Com muito amor e carinho. Já para os atuais vereadores(as), vice-prefeito e prefeito, em função dos cargos que ocupam, continuam em evidencia e divulgando ações, nem sempre muito fidedignas, usando recursos públicos. Não me parece uma postura justa ou equilibrada. Mas acredito na mudança. A vontade das pessoas irá suplantar os desafios desta Pandemia em todos os sentidos. E “juntos chegaremos lá”.
Adelino Francisco de Oliveira (PT):
“A epidemia do novo Corona vírus marca profundamente a sociedade com o estabelecimentos de novas formas de convívio e de solidariedade social. Estamos no limite do modelo que privilegia o mercado e o lucro, mas precisamos avançar para outras formas de viver. De certa forma, as eleições municipais podem ser um momento importante para que a cidade aponte para o caminho de uma sociedade que seja mais justa, fraterna e com solidariedade social como saída para a crise humanitária que vivemos no momento.
Adelino Francisco de Oliveira
Foto: Wanderley Garcia
José Pedro Leite (PL):
“Com crise instaurada pelo novo Corona vírus, precisamos priorizar nossas ações na saúde, no emprego e no sustento das pessoas, mas não podemos esquecer das eleições municipais que devem acontecer neste ano, uma vez que priorizam o processo democrático. Portanto, defendo que as eleições sejam adiadas ainda para este ano, mas não acredito que devam ser canceladas”
José Pedro. Foto: Fabrice Desmonts
Nancy Thame (PV):
“Sem dúvida o momento que vivemos com tantas fragilidades e sofrimentos geram muitas incertezas. Sobre eleições e corona vírus, acredito que mesmo que o calendário eleitoral mude, deverá manter as eleições ainda dentro deste ano, para novembro - dezembro, pois há normas constitucionais que não poderiam ser transgredidas e que seriam de difícil mudança. Quanto a forma, acredito que teremos menos momentos presenciais e mais redes sociais, mais contatos virtuais. Com isto, há a preocupação do acesso à população mais vulnerável, sem acesso à internet. Pode ser que o novo cenário possa favorecer quem está no poder e também nomes novos que estejam se projetando à frente da crise, principalmente os profissionais da saúde”
Nancy Thame. Foto: Davi Negri
Edvaldo Brito (AVANTE):
“Vejo que como um todo o Corona vírus está atrapalhando tudo e todos, quanto a eleição possivelmente será adiada para dezembro. De qualquer forma estamos preparados para 04 de outubro, mas primeiro a vida e depois eleições”
Edvaldo Brito. Foto: Claudinho Coradini
Francys Almeida (PCdoB):
“Vivemos um momento atípico, uma PANDEMIA que interfere diretamente na vida de milhões de brasileiros, entendo ser necessária a manutenção das eleições municipais, visando a diminuição da crise política, o povo deve decidir seus governantes, partindo dessa premissa, nós do Movimento 65 entendemos que as eleições devem no máximo mudar de data para o início de Dezembro. Até lá todos nossos pré-candidatos estão buscando salvar vidas e ajudar a quem mais precisa!”.
Francys Almeida. Foto: Guilherme Leite
Até o fechamento dessa matéria, os pré-candidatos Coronel Adriana (PSL), Carolina Angelelli (PDT), Érica Gorga (Patriota) e Mário Medeiros Neto (PSB) não se pronunciaram sobre o assunto em pauta.
