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Tempos de mudança

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O jornalista Eduardo comenta sobre novo cenário pós pandemia no país.

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Sendo o único jornalista da família, começou a vida profissional na área administrativa e fiscal de uma empresa de papéis na capital. O gosto pelo jornalismo veio da afinidade com as pessoas e a facilidade em se comunicar com clareza. Desde os primeiros semestres conseguiu construir um bom networking com professores, e consequentemente, as oportunidades para o mercado de trabalho surgiram. Ainda durante a faculdade, identificou que sua área de atuação seria a televisão e recebeu todo o apoio dos colegas e professores em relação à isso. Formado pela FAPSP (Faculdade de Comunicação de São Paulo) em 2014, Eduardo Rodrigues, paulistano, de 27 anos, arriscou começar a carreira de repórter em Natal, no Rio Grande do Norte, pela InterTV Cabugi, afiliada à Rede Globo, onde trabalhou por mais de um ano e meio e fez coberturas de destaque nacional como a passagem da tocha olímpica, factuais da capital e a dura rebelião no presídio estadual de alcaçuz que durou mais de 15 dias. 

Entre diversas reportagens e aparições, ao final de 2019 foi convidado por um amigo para integrar o time de profissionais da EPTV, em Campinas, onde mora atualmente. Na emissora, mantém a prática da reportagem diária e matérias especiais, buscando uma linguagem mais descomplicada para informar e se aproximar do público. Também integra o time de apresentadores para os plantões nos finais de semana, inclusive na apresentação da previsão do tempo. A interação nas redes sociais também lhe rende boa audiência com o público no ambiente digital. Atualmente possui cerca de 16 mil seguidores no Instagram pelo perfil @edurodriguestv.

O convidado nos concedeu a entrevista de sua casa, já que estamos em isolamento social.

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O Brasil enfrenta – ao mesmo tempo – uma pandemia e uma crise política. Isso seria reflexo de uma desorganização no país?

A pandemia do novo coronavírus é uma questão séria de saúde, que traz reflexos de alto impacto social e econômico não só no Brasil, mas no mundo todo. Muitos países estão sendo vítimas desse vírus, porém alguns países acataram as recomendações da OMS desde o início o que fez com que o vírus fosse contido. Como profissional que lida diariamente com fontes confiáveis e dados oficiais, sei que ela deve ser enfrentada com muita consciência, seguindo as orientações das autoridades em saúde. Também válidas para a classe política.

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Como você enxerga uma saída para a economia depois dessa pandemia?

Com base no que já ouvi, entrevistando especialistas, o cenário econômico levará tempo para se reerguer assim como os setores que dependem de demanda para existir. Os caixas enfraquecidos dificultam novos investimentos, o que pode comprometer seriamente o crescimento do PIB. Creio que o investimento temporário em questões de saúde, sociais e em alguns casos empresariais pode auxiliar o país a se recuperar.  

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Você acredita que mudou o autoconhecimento das pessoas depois do início da pandemia?

Isso varia de pessoa pra pessoa. Alguns buscarão manter-se bem emocionalmente, enquanto outros podem ter uma tendência à tristeza, depressão. O que é uma pena. A internet em tempos de pandemia vem sendo a salvação de muita gente na hora de combater o tédio, assim como manter a saúde mental, o aumento de conteúdo disponibilizado, assim como chamadas de vídeos com amigos e família ajuda a distrair. Eu optei por produzir algumas lives através do Instagram, pautando temas sobre o coronavírus, dicas de consumidor, saúde, sempre com a participação de algum especialista da área, para conseguir, de uma maneira dinâmica criar engajamento com meu público.  A internet tem essa característica de aproximar as pessoas, o que é uma coisa muito positiva em tempos de isolamento social.

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Vimos que mesmo durante a pandemia, a população não soube respeitar regras. Isso é reflexo da nossa política?

Acredito ser mais uma questão de consciência pessoal, de respeito à vida e à saúde do próximo, ainda mais de pessoas fora do grupo de risco, do que propriamente de ordem política. Muitas pessoas não respeitaram a quarentena, o que gerou um impacto no número de infectados em todo país.

Produtividade versus ociosidade na pandemia. Como você enxerga isso?

Não faltam opções para se manter ativo durante a quarentena. Trabalho home office, lives, videochamadas. Mas também existe ócio produtivo, desde que lhe traga benefício, como conhecimento, fazer um curso, ler um livro. Tudo difere de pessoa para pessoa, algumas se sentem mais produtivas e outras nem tanto, creio que devemos fazer aquilo que nos faz bem, seja focar no trabalho e se manter ativo ou descansar maratonando uma série. O importante é manter a saúde mental.

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Que pontos positivos podemos tirar dessa pandemia?

Vejo a valorização da imprensa como fonte de informação segura como um ponto positivo. Vemos a importância dos meios de comunicação para a sociedade como um todo, nós jornalistas temos um papel essencial  em tudo isso. Outro ponto é a solidariedade que tem se mostrado presente nesse momento. O sentimento de comunidade  Estamos mais sensíveis às necessidades dos outros e esse,  sem dúvida será um dos grandes legados da pandemia.

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A pandemia aconteceu para nos “dar um aviso”?

Depende do que cada um acredita. Para mim, tudo tem uma causa, um motivo de acontecer. Precisamos estar atentos a que tipo de lição essa experiência quer nos deixar.

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O mundo foi obrigado a mudar em muitos aspectos. Para você, qual foi o mais difícil?

O distanciamento social sem sombra de dúvida. Nós brasileiros por uma questão cultural, somos muito afetuosos e gostamos interagir, conversar, abraçar e acredito que todos estão sentindo demais.

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Ficar atentos às notícias sobre pandemia o tempo todo é saudável?

Certamente. Porém, notícias confiáveis e de credibilidade jornalística. Não vejo o consumo desenfreado de informações sobre uma doença, seja ela qual for, de modo benéfico à saúde emocional. Creio que o mais importante é sempre estar atento ao meios comunicação de credibilidade, pois notícias falsas são um grande desserviço a todo trabalho que temos de informar a população.

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Como você enxerga as mudanças nas carreiras depois da pandemia?

O mercado já mudou bastante e, segundo pesquisadores da UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro] com quem conversei recentemente, são mudanças que devem se manter no pós pandemia. Muitas empresas têm adotado meios para manter seus funcionários à distância e trabalhar de forma mais econômica. Teremos que nos adaptar ao novo modo de trabalho, o impacto de tudo isso veremos lá na frente. 

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Como o profissional pode inovar diante deste cenário?

Depende da área. Dentro do jornalismo, é uma cobertura pesada e exaustiva, mas de extremo interesse público. Como comunicador, sei que nossa voz é responsável por transmitir emoções, causar tranquilidade ou confusão. Tudo depende do tom. Não só da voz, mas do texto, do ritmo, das palavras que você escolhe para se comunicar, da imagem que vai pro ar. Não podemos camuflar a realidade, mas podemos escolher falar com mais empatia e sempre, com muita responsabilidade. O momento é difícil, mas também super relevante para a nossa profissão.  

Entrevista produzida por Gabriel Cupido e Lais Maio

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